domingo, 3 de maio de 2009

Linha da Frente


Foi o 25º aniversário da Revolução dos Cravos o mote para o nascimento dos Linha da Frente. Em 1999, a Câmara Municipal de Lisboa convidou para os festejos do 25 de Abril vários músicos portugueses, entre os quais Luís Varatojo, dos Despe e Siga, João Aguardela, dos Sitiados e Megafone, Janelo da Costa, dos Kussondulola, Rui Duarte, dos Ramp, Viviane, dos Entre Aspas, e Dora Fidalgo, habitual colaboradora dos Delfins. A esta verdadeira selecção nacional, cujas ideias e projectos se cruzaram na altura, juntar-se-ia mais tarde o MC angolano Wadada. Ao conjunto inicial subtraiu-se o guitarrista dos Rádio Macau, Flak, que chegou a tocar com os restantes, e surgem os Linha da Frente.
Além da constelação de nomes conhecidos que reúne, é o conceito lírico a sobressair no grupo que, este ano, se estreia em disco. Na sua primeira encarnação, reunida apenas para comemorar os aniversário da democracia portuguesa, os Linha da Frente tocaram versões de Sérgio Godinho, José Afonso, José Mário Branco, mas também dos Clash e dos Sex Pistols. Com o tempo, porém, veio a vontade de construir um percurso comum e um repertório próprio. A poesia de autores nacionais do século XX foi a base de partida, sobre a qual os músicos compuseram música de origem urbana e popular. O resultado pode ser conferido em "Linha da Frente", disco homónimo em que as palavras de Fernando Pessoa, Ary dos Santos ou Alexandre O'Neill ganham uma nova vida.
Entre as 12 canções gravadas a expensas próprias e distribuídas pela Universal, os Linha da Frente escolheram "Não Posso Adiar o Coração" e "Facas" como primeiros singles. Ao vivo, a banda pretende fazer uso de uma forte componente visual para transmitir a sua noção de ritmo e criação de ambientes.
Para tal, conta com o contributo de Sandra Baptista, antiga acordeonista dos Sitiados e, agora, "ler" com... os ouvidos.

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